É um equívoco comum pensar que as escolhas financeiras são puramente baseadas em análises numéricas, fundamentos e teses complexas de investimento, representando decisões racionais em todas as alocações. Contudo, apesar de ser o método ideal para investir, a psicologia financeira revela que as emoções têm um grande impacto nas decisões dos investidores.
Uma referência sólida sobre o assunto é o escritor Morgan Housel, que escreveu “A Psicologia Financeira”, abordando a gestão financeira de maneira inédita. Para mais detalhes sobre o livro, em breve lançaremos uma matéria aprofundada. Enquanto isso, neste texto, exploramos a base da psicologia financeira e seu efeito sobre os investimentos.
O que é Psicologia Financeira?
A psicologia financeira estuda a interação entre as emoções humanas e as decisões financeiras. Em grande parte, os investidores são influenciados por suas emoções, o que pode prejudicar significativamente o sucesso financeiro e a realização de objetivos.
Por isso, é crucial refletir e compreender quais emoções afetam as decisões financeiras diárias. Uma forma inicial é questionar: “Que sentimentos estão envolvidos ao tomar decisões de investimento?”. Abaixo, algumas emoções comuns entre investidores.
Emoções no Momento do Investimento
- Medo: O medo é paralisante. É comum e compreensível ter receio de perdas financeiras ou de investir em algo pouco familiar. Contudo, essa atitude, quando foge ao controle, pode resultar na perda de oportunidades que poderiam aumentar o patrimônio do investidor.
- Otimismo e Pessimismo: Tudo em excesso faz mal. O investidor otimista pode cometer o erro de superestimar o potencial de valoração de um investimento e subestimar seu nível de risco. A consequência disso são alocações imprudentes podendo prejudicar os resultados de longo prazo. Por outro lado, o investidor pessimista pode perder boas oportunidades de entrada em ativos ou resgates prematuros devido à sua visão negativa para o cenário futuro.
- Ganância: Quando o investidor obtém um bom retorno financeiro em uma aplicação específica e, sem base em raciocínio lógico ou pesquisa prévia, repete a mesma ação na expectativa de ganhos semelhantes ou maiores. A consequência disso é que o investidor pode fazer uma alocação maior do que devia e o resultado pode não se repetir, tendo como resultado uma perda que pode ser significativa.
- Arrependimento: Surgem após investimentos mal-sucedidos, afetando a confiança e disposição para novos investimentos.
Essas emoções têm o potencial de impactar a rotina do investidor. Reconhecê-las é o primeiro passo para reduzir sua influência no processo de tomada de decisões de investimento e assim aumentar as chances de sucesso financeiro.
Vieses de Investidores
Outro fator que influencia nas decisões de investimentos são os vieses comportamentais. Um dos mais conhecidos é o “efeito manada”, tendencia de seguir decisões de investimentos baseado em outros investidores sem realizar as próprias análises.
Além disso, outro viés comum é o “medo de ficar de fora”, conhecido como “fear of missing out ou FOMO ”, onde o investidor tem ansiedade pelo medo de perder alguma oportunidade e acaba realizando o investimento de forma impulsiva e pouco fundamentada.
É crucial analisar os investimentos de maneira independente e imparcial. Mas como evitar decisões impulsivas?
- Mentalidade de Longo Prazo: Infelizmente, muitos investidores imaginam o mercado financeiro como uma corrida de 100 metros, quando na verdade se equipara a uma intensa maratona. O processo de investimento precisa ser consistente e disciplinado para que os objetivos de longo prazo sejam atendidos. O ideal é reconhecer e controlar as emoções ao tomar decisões financeiras, manter-se calmo mediante às oscilações repentinas e instabilidades.
- Perfil de Investidor: O autoconhecimento é essencial. Buscar lucros extraordinários sem aceitar qualquer risco é inútil. É uma prática comum que investidores se dirijam ao mercado de ações, visando ampliar seu patrimônio, mas, diante da primeira flutuação negativa, acabam sentindo nervosismo, ansiedade e frustração com o desempenho desfavorável da transação. Portanto, preencher o perfil de investidor fornecido pela corretora é essencial para compreender melhor suas próprias características.
- Definição de Objetivos: Assim que o investidor compreende sua situação financeira e sua disposição para assumir riscos, é crucial estabelecer metas e objetivos financeiros. Esses objetivos representam a linha de chegada da jornada, e é fundamental aproveitar a dinâmica do mercado financeiro para fazer escolhas de investimento que estejam em sintonia com essas metas estabelecidas.
Desmistificando a Psicologia Financeira
As emoções influenciam as escolhas dos investidores diariamente. Para maximizar o sucesso, é essencial compreendê-las e evitá-las ao tomar decisões de investimento.
Além das dicas mencionadas, consultar um profissional confiável proporciona uma visão técnica e embasada em informações relevantes para o processo decisório.