As estratégias para proteger seu portfólio de investimento contra riscos cambiais e geopolíticos.
Neste mergulho no universo financeiro, exploramos os diferentes tipos de risco, desde o de mercado até o de crédito e o de liquidez. Como esses riscos impactam a estruturação do portfólio? Descubra como enfrentar esses desafios enquanto busca otimizar o retorno ao longo do tempo.
Tipos de Risco e Estruturação de Portfólio de Investimentos
Em finanças existem diferentes tipos de risco. O risco de mercado, medido pelas oscilações de preço dos ativos, é um deles. O risco de crédito, que envolve o não recebimento do capital por motivo de inadimplência, constitui outra faceta.
Além disso existe o risco de liquidez, medindo a dificuldade de conversão do investimento em dinheiro sem perda de valor. Há também o risco de reinvestimento, representando a possibilidade de, ao vencimento de uma operação, não conseguir reaplicar os recursos com o mesmo retorno esperado, dentre outros desafios.
Diversificação Estratégica
Na estruturação de um portfólio de investimentos se procura, entre outros objetivos, minimizar o risco da carteira sem penalizar o retorno esperado ao longo do tempo.
Dentre as estratégias possíveis para que esse propósito seja atingido, a diversificação por classes de ativos e suas respectivas subestratégias é chave. Levando-se em consideração, de um lado, o perfil do investidor, seus objetivos e tolerância a riscos, e, de outro, uma visão prospectiva das principais variáveis econômicas, chega-se a uma recomendação estrutural. Essa recomendação abrange exposições a diferentes ativos, como renda fixa, estratégias de retorno absoluto (multimercados), renda variável e ativos alternativos.
Um conceito subjacente a esse arcabouço é o de correlação, uma estatística que procura mensurar o grau de interdependência entre variáveis. Ao se incluir num portfólio ativos de diferentes classes e cujos preços oscilam de forma menos sincronizada, ou até independentemente, no geral, os investimentos estarão mais protegidos em diferentes cenários. Isso contribui para manter a perspectiva de rentabilidade, mesmo diante de variações em diversas condições de mercado.
A diversificação entre classes de ativo, pois, protege seus investimentos na medida em que incorpora produtos financeiros cujos retornos são descorrelacionados.
Riscos Cambiais, Geopolíticos e a Proteção Internacional
A abordagem descrita na seção anterior é importante para proteger o patrimônio contra muitos tipos de risco, mas não de todos. Sobretudo quando estamos lidando com países emergentes com maior instabilidade econômica, institucional e regulatória, como é o caso do Brasil.
É cada vez mais frequente o caso de famílias possuírem compromissos denominados em moeda estrangeira. Seja nas viagens periódicas de lazer com a família, seja na educação dos filhos (intercâmbio, faculdade), seja, indiretamente, numa cesta de consumo como muitos bens importados.
Em casos como esses, o índice oficial de inflação, o IPC-A, calculado pelo IBGE, pode não refletir de forma acurada a variação no poder de compra. Isso ocorre porque não reflete adequadamente a cesta de produtos e serviços consumidos pela família.
Num caso como esse, ainda que o portfólio esteja bem diversificado nas classes de ativos e, portanto, protegido contra a inflação doméstica, se estiver concentrado em moda local (o real) uma depreciação cambial pode reduzir significativamente o poder de compra familiar.
Aqui, o investimento em ativos internacionais denominados em moeda estrangeira ajuda a mitigar esse risco cambial.
Além da incerteza sobre a trajetória futura da taxa de câmbio, motivada por instabilidades econômicas e institucionais domésticas, as incertezas geopolíticas também trazem riscos ao patrimônio. Num mundo tão interligado, esses fatores são interdependentes e impactam a segurança dos investimentos.
O que aconteceria caso o dólar perdesse seu status de moeda de reserva internacional? Se as disputas territoriais na Ásia escalassem para uma guerra que envolvesse também os EUA? Se a Zona do Euro fosse desfeita?
Em todos esses e em muitos outros casos semelhantes os ativos brasileiros sofreriam, mas também entrariam em liquidação os ativos internacionais, sobretudo nas regiões epicentro dessas crises. Ainda que o investidor tivesse uma parcela do patrimônio denominada em moeda forte, não estaria bem protegido se essa exposição internacional estivesse concentrada neste único país ou região.
A exposição a diferentes geografias e moedas e com um forte alicerce na diversificação por classe de ativos certamente ajudaria a reduzir as perdas patrimoniais em situações como essas, uma vez que traria mais descorrelação entre os preços dos ativos do portfólio.
Democratização da Diversificação Internacional
Está bem documentado na literatura de finanças comportamentais o viés dos indivíduos em investir na sua região, país e moeda. Esse viés de comportamento é denominado “home bias“.
Pode ter sido influenciado pela dificuldade de acesso à diversificação internacional, que, em um passado não muito distante, estava restrita a poucos indivíduos ou famílias com recursos na casa das dezenas de milhões.
Nos últimos anos, no entanto, várias soluções foram democratizadas e estão agora ao alcance da grande maioria dos investidores em geral. Um assessor de investimentos de sua confiança poderá ajudar neste trabalho para trazer ainda mais proteção para o seu patrimônio.