Para quem busca otimizar seus ganhos financeiros e proteger seu patrimônio ao longo do tempo é fundamental seguir alguns passos para montar o seu portfólio em 2024.
Já falamos aqui nesse blog sobre Diversificação. Assim, vamos complementar esse processo que envolve uma série de passos que consideram diversos fatores, desde o perfil do investidor até as condições econômicas tanto no Brasil quanto no exterior.
Nesse artigo iremos falar sobre:
- Perfil do Investidor
- Capacidade de Investimento
- Prazo e Necessidade de Capital
- Diversificação
- Avaliação dos Fatores Econômicos e Geopolíticos
- Revisão Periódica
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Bônus: O que esperar em 2024?
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1. Perfil do Investidor.
Em primeiro lugar, antes de iniciar qualquer investimento é essencial entender o perfil do investidor. Ele pode ser classificado como conservador, moderado ou arrojado. Essa classificação leva em conta a tolerância ao risco e os objetivos financeiros de cada pessoa.
Portanto, costumamos levar em consideração uma tríade de Retorno X Risco X Liquidez.
Para maior expectativa de retorno e menor risco, se abre mão de liquidez (resgate mais longo);
Para maior liquidez (resgate imediato) e menor risco, se abre mão do retorno;
Para maior expectativa de retorno e liquidez imediata, se aumenta muito o risco.
Desse modo, é preciso ter em mente que não existe investimento de alto retorno, baixo risco e prazo curto. Sempre será necessário ajustar alguma variável ao mexer com a outra.
Os próprios investidores tendem a ter uma faixa que os leva mais para o lado conservador ou para o lado agressivo. Contudo, isso varia de acordo com acontecimentos geopolíticos e macroeconômicos que vamos abordar as perspectivas no final desse texto.
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2. Capacidade de Investimento.
A segunda etapa é avaliar a capacidade financeira do investidor. Quanto ele pode alocar em investimentos sem comprometer seu padrão de vida ou sua reserva de emergência? Essa análise ajuda a definir o volume de recursos disponíveis para compor a carteira.
A primeira parte sempre é o fundo de liquidez. Pelo menos de 6 a 12 meses de custo precisa estar em caixa. Essa precaução é essencial para lidar caso tenha alguma intercorrência durante a construção do portfólio. À medida que a capacidade de poupança aumenta, torna-se mais fácil realizar ajustes mensais na carteira, alinhando-a ao perfil do investidor e às oportunidades de mercado.
Lembre-se: a única variável que você controla é o quanto você economiza, portanto essa é a parte mais importante do processo.
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3. Prazo e Necessidade de Capital.
O terceiro passo é considerar os objetivos e a necessidade de capital em curto, médio e longo prazo.
Investimentos de curto prazo geralmente envolvem ativos mais líquidos e menos voláteis. Por outro lado, investimentos de longo prazo podem incorporar ativos mais arriscados, mas com maior potencial de retorno.
Dentro do planejamento é importante considerar orçamento anual, compra de imóvel, intercâmbio, troca de veículo ou qualquer outro custo que fuja de seu custo mensal. Isso vai evitar surpresas e necessidade de resgates inesperados que podem afetar o rendimento de seu portfólio.
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4. Diversificação.
A diversificação é um princípio fundamental na construção da carteira de investimentos. Ela consiste em distribuir os recursos entre diferentes tipos de ativos, setores e regiões geográficas. Dessa forma, os riscos específicos de cada investimento são mitigados, reduzindo a volatilidade da carteira como um todo.
Temos um artigo neste blog sobre diversificação que você pode conferir aqui para obter uma visão geral e aqui se estiver interessado na diversificação voltada para investimentos internacionais.
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5. Avaliação dos Fatores Econômicos.
Além dos fatores pessoais, é importante considerar as condições econômicas no Brasil e no exterior. Variáveis como taxa de juros, inflação, crescimento econômico e cenários geopolíticos influenciam os mercados financeiros. Acompanhar esses indicadores ajuda na tomada de decisões estratégicas, ajustando a carteira conforme as perspectivas econômicas.
Iremos falar no fim desse artigo sobre 2023 e como isso deverá guiar os investimentos em 2024.
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6. Revisão Periódica.
Uma carteira de investimentos não é estática. Ela deve ser revisada periodicamente para se adequar às mudanças nas condições do mercado e na vida do investidor. Alterações no perfil de risco, na capacidade de investimento ou nas metas financeiras podem exigir ajustes na composição da carteira.
A maior facilidade para fazer alterações com as revisões periódicas é o aporte constante como dito acima. De qualquer forma, o portfólio sempre deve compor com uma parte mutável para a mudança de um ciclo econômico ou oportunidades pontuais podermos nos posicionar.
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Bônus: O que esperar em 2024?
Para falar sobre as perspectivas de 2024 precisamos primeiro falar sobre 2023. Iremos quebrar o ano de 2023 em 2 tópicos: Brasil e Estados Unidos.
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Brasil
Em 2023, o país iniciou o processo de redução da taxa de juros. Com a inflação sob controle, espera-se que esse declínio continue em 2024. Apesar das dificuldades, o governo enviou para o Congresso um orçamento sem déficit e aprovou uma reforma tributária que, mesmo não sendo ideal, simplifica nosso complexo sistema tributário.
Para 2024, espera-se juros mais baixos, o que favorece a alta dos preços dos ativos. Na renda fixa, os ativos preferidos são os prefixados e os indexados à inflação. Na renda variável, Ações e Fundos Imobiliários podem se destacar. Vale ressaltar que perfis conservadores não devem se arriscar em ativos de renda variável.
Quando falamos da perspectiva do Dólar em relação ao Real em 2024, o cenário previsto é de estabilidade ou leve valorização, conforme indicado pelo relatório Focus e pelas casas de análise.
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Mercado Internacional: Estados Unidos
A economia americana surpreendeu a todos pela sua resiliência. Muitos apostavam em uma recessão que não ocorreu, apesar das taxas de juros elevadas. A inflação persistiu ao longo de 2023 e deu sinais de trégua no final do ano. Por isso, em 2024, muitos apostam em queda da taxa de juros americana e uma recessão na maior economia do mundo.
Citando o time de Research da XP Investimentos:
“Nesse contexto, nos investimentos globais, mantemos a preferência pela renda fixa dos EUA em relação às ações americanas, uma vez que o prêmio de risco da renda variável encontra-se em níveis baixos históricos, e as taxas da renda fixa global são as maiores desde 2007. Além disso, a renda fixa tende a proteger o investidor mesmo caso haja uma desaceleração econômica em 2024.”
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As oportunidades de investimento em 2024 demandam uma abordagem cuidadosa e adaptável, considerando os diferentes contextos econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
A queda das taxas de juros no Brasil favorece ativos de risco, enquanto a estabilidade do dólar cria um ambiente propício para investimentos internacionais. Nos EUA, a recessão esperada sugere uma preferência por opções mais seguras, como a Renda Fixa.
A habilidade de ajustar estratégias de acordo com a evolução desses cenários será crucial para o sucesso dos investidores no próximo ano.