ESG (em inglês, environment, social and governance) ou ASG (em português, ambiental, social e governança) é definido pelo conjunto de estratégias e iniciativas corporativas que levam em consideração, no seu processo de tomada de decisão, os aspectos sociais, ambientais e de governança corporativa, temas que têm recebido atenção especial da sociedade nos últimos anos.

A preocupação com estas questões nas práticas empresariais não apenas demonstra responsabilidade e comprometimento, mas também influencia as decisões de investidores. Cada vez mais, estes consideram esses aspectos ao escolher onde aplicar seu dinheiro.

Para explorarmos as alternativas e instrumentos de investimentos sustentáveis, devemos compreender que as empresas comprometidas com tais iniciativas tendem a acessar melhores condições no mercado de capitais, seja em processos de abertura de capital ou crédito. Assim, é iniciada a geração de ativos ESG, os quais poderão compor a alocação de Fundos de Investimentos (RF Crédito Privado, infraestrutura, ações, entre outros), ser listados em índices na bolsa de valores e em outros meios de investimentos.

O que são os índices ESG?

Globalmente, notamos maior representatividade de economias mais maduras nos investimentos sustentáveis em iniciativas ESG, com destaque para os Estados Unidos e a Europa. Somente nos EUA, existem mais de 500 fundos de índices focados em sustentabilidade, com mais de US$250 bilhões em ativos.

No Brasil, ainda que modestamente, alguns índices se destacam pelos critérios relacionados à sustentabilidade, sendo os principais ISE e ICO2. Conheça-os:

ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial)

Com surgimento em 2005, o ISE B3 é um índice de retorno total, considerando exclusivamente companhias que atendem a critérios de ASG selecionados pela B3. Ele é considerado como um dos benchmarks para fundos verdes, considerando fatores ligados à eficiência econômica, atuação ambiental, governança e ações de promoção social.

ICO2 (Índice Carbono Eficiente)

Índice criado pela Bolsa de Valores brasileira (B3) junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) com foco em iniciativas associadas ao aquecimento global, considera em sua composição companhias do índice IBrX-50 comprometidas com a redução dos gases de efeito estufa.

ETFs (Exchange Traded Funds)

Os ETFs são, de fato, uma maneira acessível e eficaz de investir em empresas, e não é diferente para as empresas sustentáveis. Alguns ETFs listados na B3 oferecem aos investidores a oportunidade de selecionar empresas comprometidas com a sustentabilidade e boas práticas de governança. Essa abordagem pode não apenas gerar retornos financeiros, mas também contribuir para um impacto positivo. Conheça algumas das opções de investimentos sustentáveis abaixo:

• ECOO11: resultado atrelado à performance do Índice Carbono Eficiente (ICO2);
• GOVE11: rentabilidade atrelada ao Índice Governança Corporativa Trade (IGCT);
• ISUS11: atrelado ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

Fundos de investimentos sustentáveis

Apesar de incipiente, a indústria de fundos sustentáveis tem crescido no Brasil, contando atualmente com mais de 50 fundos e 40 mil cotistas.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), “podem ser reconhecidos os fundos que integram aspectos ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em seu processo de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal”. Eles não podem usar o sufixo IS, mas podem informar ao investidor que o “fundo integra questões ESG em sua gestão”.

Desde janeiro de 2022, as instituições financeiras devem identificar fundos com objetivo de investimento 100% sustentável. Eles levam o sufixo IS (Investimento Sustentável) no nome e nenhum investimento incluso no fundo pode comprometê-los em relação ao seu propósito de sustentabilidade.

No que ficar de olho para investir em iniciativas ESG?

Títulos Públicos Sustentáveis

O Tesouro Nacional lançou em 2023 o primeiro Título Público Sustentável brasileiro, com lastro em parcelas do orçamento da união destinadas ao desenvolvimento sustentável, incluindo projetos associados a temática ambiental e social.

Greenwashing

O termo define casos em que uma empresa alega falsamente ou divulga informações enganosas sobre suas iniciativas ESG, na tentativa de demonstrar ao mercado melhor imagem nos aspectos ESG do que realmente é praticado.

Por que investir em ESG?

Nos últimos anos, as alternativas sustentáveis de investimentos têm crescido e se consolidado no mercado financeiro global, fornecendo ao investidor cada vez mais possibilidades de integrar seus valores éticos aos investimentos. Com elas, é possível também mitigar riscos provenientes de aspectos ESG através de companhias que busquem resultados além do financeiro, fomentando estratégias corporativas com propósitos ambientas, sociais e de governança.